quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Unidades de Conservação

unidades de conservação na amazonia extrativismo floresta nacional Flona Arapiuns Tapajós
No Estado do Pará há diversas Unidades de Conservação, às margens do rio Tapajós próximas a Santarém estão a Floresta Nacional do Tapajós e a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

Uma Floresta Nacional (FLONA) é uma unidade de conservação voltada principalmente à problemática ambiental, "uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas".

A FLONA Tapajós está situada nos municípios de Santarém e Belterra, à margem direita do rio Tapajós, limitada a leste pela rodovia BR-163 Cuiabá-Santarém, ao sul pelo rio Cupari e ao norte faz fronteira com a área rural de Belterra. Para maiores informações sobre as atividades e projetos desenvolvidos na FLONA Tapajós visite o site indicado neste blog.

Uma Reserva Extrativista (RESEX) está relacionada a uma área onde as questões ambientais e sociais são indissolúveis, "é uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade".

A RESEX Tapajós-Arapiuns, como o nome indica, tem como fronteiras e acessos principais os rios Tapajós a leste e Arapiuns ao norte. Para maiores informações sobre a RESEX Tapajós-Arapiuns visite o site indicado neste blog.

Outros tipos de Unidades de Conservação são as Áreas de Preservação Ambiental, de Relevante Interesse Ecológico, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Refúgios de Vida Silvestre, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, de Fauna, Particular de Patrimônio Natural, Biológicas e Ecológicas.

Quem tiver interesse em saber mais a respeito de Unidades (ou Áreas) de Conservação pode acessar o endereço:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Área_de_conservação

domingo, 24 de fevereiro de 2008

"Tupi or not Tupi" (*)

lingua Nheengatu tupi guarani lingua geral amazonia lingua portuguesa santarém barco
Em geral as pessoas que viajam conosco no barco Nheengatu têm curiosidade sobre a origem deste nome.

Nheengatu é a língua geral, falada no Brasil até aproximadamente 1758. Faça as contas, de 1500 a 1758 anos são 258 anos, e de 1758 a 2008 são 250 anos, portanto falamos durante mais tempo Nheengatu do que estamos falando Português! Falamos uma língua tão embebida de NheengatuPortuguês que já a chamam de Brasileiro(a).

Nheen significa fala, e gatu significa boa, ou seja, língua fácil de ser entendida (pelos Tupis, é claro).

"A palavra Tupi significa o grande pai ou líder. Ora, os Tupis se achavam o máximo tanto que chamavam a si mesmos de tupis. Já Guarani significa guerreiro." (**)

Morumbi, por exemplo, significa mosca verde, varejeira.

O uso do Nheengatu foi proibido através de decreto do Marquês de Pombal, Ministro Plenipotenciário de Portugal, sendo instituído o Português como língua oficial. Teve seus motivos.

Segundo uma das versões havia sido descoberto ouro em Minas Gerais, sendo então enviados os coletores de tributos (20%, um quinto da produção, o quinto dos infernos), que não sabiam falar o Nheengatu. Como identificar se estavam sendo ludibriados? Falando a mesma língua. Assim, nada mais natural então que fazer com que todos falassem a língua dos coletores.

Outra relata que o decreto visou reduzir o poder dos Jesuítas, que a falavam fluentemente e tinham grande influência na colônia. Acabaram por serem expulsos do Brasil, com a distribuição de suas posses (que não eram poucas, incluindo índias cativas) entre os puxa-sacos de plantão (que já existiam desde tempos imemoriais e sobreviverão à própria espécie humana).

Em uma terceira versão, defendida pelo historiador Evaristo Miranda em seu livro "Quando o Amazonas Corria para o Pacífico - Uma História Desconhecida da Amazônia", instituir a língua portuguesa em lugar da brasílica (como é chamada pelos acadêmicos a língua Nheengatu) fez parte de uma estratégia mais ampla que culminou com a anexação da Amazônia ao império português, embora situada a oeste da linha de Tordesilhas. Mas esta história será contada em outra postagem.

________________________________________________
Uma estória indígena:

"Era uma vez um macaquinho guloso que soube que haviam frutas numa certa cumbuca feita de uma árvore chamada sapucaia. Introduziu a mão no recipiente. Ao tentar tirá-la, a mão ficou presa. Assustado, o bichinho disparou-se aos pulos pela floresta arrastando a sapucaia e gritando desesperadamente: Ai! Ai! Ai! Cuimbisca hu pscá se pú! Ai! Ai! Ai! Cuimbusca hu pscá se pú! (Ai! Ai! Ai! Cumbuca pegou minha mão).

Os macacos se assustaram e foram ajudar o macaquinho em apuros. Seguraram o filhote e chamaram o macaco mais velho para aconselhar como retirar a mão do macaquinho da cumbuca. O velho examinou a cumbuca, pegou uma pedra e, em repetidos golpes, quebrou a cumbuca, libertando a mão do macaquinho travesso.

Recuperado do susto, o filhote perguntou ao macaco velho: Macaca tamuia taá inti ana cuimbisca hu pscá ana i pú? (Vovô, cumbuca já pegou sua mão?) Respondeu o macacão: Macaca tuiué inti hu mundéo i pú cuimbisca o pé (Macaco velho não mete mão em cumbuca).


cuimbusca / cuimbisca "cumbuca" — kuî-(?) "cuia (...?)"
hu sufixo verbal de 3ª pessoa — o-
pscá "pegar" — pysyk
se "meu" — xe
pú "mão" — pó
macaca "macaco" — do português
tamuia "avô" — tamy-îa "avô", "antepassado"
taá partícula interrogativa — (?)
inti "não" — talvez de ndi týbi "não há"
ana partícula indicativa de passado — (?)
i "seu" — i "seu" ("dele")
tuiué "velho" — tuîba'e
mundéo "meter" — mondeb
o pé "dentro de" — pupé (upé em algumas línguas tupi-guarani)
Fonte:
http://tupi.wikispaces.com/YRL+-+textos+-+Macaco+velho+não+mete+mão+em+cumbuca

acesso em em 28 de dezembro de 2007

________________________________________________

(*) Oswald de Andrade
(**) Ozias Alves
Jr