sexta-feira, 6 de novembro de 2009

ameaça ao rio Tapajós

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Sazonalmente, nas águas do Rio Tapajós, região oeste do Estado do Pará, amazônia brasileira, observa-se verdadeira explosão populacional de cianobactérias, com consequências sobre o provimento de água para populações ribeirinhas, as quais se servem das águas superficiais.

Também, é notável o aumento da intensidade dessa explosão em anos mais recentes, possivelmente acarretado pela eutroficação devido ao intenso uso de fertilizantes agrícolas em culturas cada vez mais próximas à margem, em visível desrespeito à regulamentação das matas ciliares.

Foto: © Nelson Wisnik, 2008

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

as águas do rio Tapajós

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A qualidade das águas do rio Tapajós foi objeto de estudo durante a Expedição Científica no Rio Tapajós de 29 de outubo a 01 de novembro de 2005, auge da forte estiagem que acometeu a Amazônia naquele ano.

Amostras de água e plâncton foram coletadas em posições logo a jusante das cachoeiras do Maranhãozinho em São Luiz do Tapajós, a montante de Itaituba, Barreiras, Brasília Legal, Fordlândia, Aveiro, na foz do rio Cupari, no Lago do Tavio e na Ponta do Cururú, próxima a Alter do Chão.

As amostras foram submetidas a treze testes de caracterização físico-química, alguns realizados a bordo do Nheengatu e outros nos laboratórios da UFPA. Os resultados das análises foram apresentadas pelo Prof. Reinaldo Peleja no IV Encontro de Estudos e Debates sobre Águas Doces do Baixo Amazonas, realizado no auditório do IESPES.

Das análises se constatou ser a água do Tapajós POTÁVEL nos locais amostrados. Os resultados de todos os estudos foram colocados à disposição da comunidade. Saliente-se terem sidos coletadas as amostras em situação extremamente desfavorável devido ao nível bastante baixo do rio naquela ocasião. Os resultados servem para comparação com outros estudos que venham a ser realizados.

Foto: © Nelson Wisnik, 2007
......... Rio Tapajós, visto do alto da Serra da Piroca, Alter do Chão
......... em primeiro plano o Lago das Piranhas
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domingo, 1 de novembro de 2009

há quatro anos

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Há quatro anos, no auge de forte estiagem na Amazônia, foi realizada uma expedição científica no Rio Tapajós, conforme projeto elaborado pelo Prof. Miguel Borghezan, a qual tive o privilégio de comandar.

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

O Fórum das Instituições de Ensino Superior de Santarém, formado pelas Coordenações de Pesquisa da UFPA, ILES/ULBRA, ISES/FIT, IESPES, UEPA e UFRA, dirigido nesta data pela FIT (Coordenação Geral) e UEPA (Vice-Coordenação), com a colaboração da Delegacia da Capitania dos Portos de Santarém, do Jornal das Águas e do B/M Nheengatu, visando dar efetividade aos objetivos que justificaram sua criação, nos termos do Regimento Interno, organiza e realiza a PRIMEIRA EXPEDIÇÃO CIENTÍFICA DAS IES DE SANTARÉM, no rio Tapajós, para coleta de dados, materiais, algumas medições, batimetria, registros fotográficos, filmagens, documentação e eventuais experimentos.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA SINTÉTICA DO PROJETO

A bacia do rio Tapajós tem grande importância para a cidade de Santarém em diversos aspectos. Com cerca de 40% situado em território paraense e 60% no Mato Grosso, o rio Tapajós pode servir à implantação de hidrovia para transporte de cargas e passageiros. Também é pólo turístico reconhecido pelo Governo do Estado do Pará no âmbito das políticas públicas. Conhece-se pouco do estado das águas e da calha do Tapajós. Cresce de importância uma verificação agora com o baixo volume d’água existente, nesta ocasião de grande vazão, considerada de nível extraordinário. Fala-se na imprensa de “seca na Amazônia”, inclusive com a prestação de auxílio e socorro a populações isoladas desde o Acre até o Pará. Registra-se ser a maior vazante dos últimos quarenta anos em Santarém, onde a prefeita decretou Situação de Emergência por 90 dias (Decreto Municipal nº 421, de 18.10.2005)
[1]. A Delegacia da Capitania dos Portos em Santarém recomenda não viajar à noite em certos trechos. Dadas essas condições, parece altamente relevante do ponto de vista da pesquisa, documentar, registrar e verificar a situação do rio Tapajós, desde sua foz no rio Amazonas até a localidade de São Luiz do Tapajós, um pouco acima da cidade de Itaituba, antes da cachoeira “denominada Maranhãozinho, nas proximidades da barra do afluente da margem esquerda do rio Tracoá” [2]. Trata-se do curso do Baixo Tapajós, como é conhecido pela hidrografia. Como está a saúde do Tapajós, a qualidade de suas águas e de tributários, o relevo do fundo, o nível de açoreamento, a aptidão para a navegação, enfim, dados e registros que permitam às IES produzir pesquisa, artigos científicos, manifestações fundadas na realidade, da qual depende a melhor ou pior qualidade de vida de muitas pessoas em nossa região, principalmente no Município de Santarém.

3. OBJETIVOS

3.1 Geral
Reconhecer as condições gerais da calha e das águas no chamado Baixo rio Tapajós, recolhendo dados, elementos e materiais, fazendo medições, batimetria, registros fotográficos, filmagens para documentação e eventuais experimentos.

3.2 Específicos
* realizar o levantamento da situação da calha e margens do Baixo rio Tapajós mediante fotos e filmagens, demonstrando suas condições físicas gerais.
* promover a análise físico-química das águas do Baixo rio Tapajós, mediante coleta e análise em alguns pontos do seu curso, inclusive ph, oxigênio dissolvido e turbidez.
*recolher amostras de elementos, componentes, dados e eventualmente registro de temperatura, demonstrativos da situação das águas do Baixo rio Tapajós.
* Verificar as condições de navegabilidade, inclusive realizando a batimetria no interesse da navegação no Baixo rio Tapajós.
* Documentar áreas, sítios, relevos, acidentes geográficos e outros de interesse turístico, paisagístico, histórico e artístico no Baixo rio Tapajós.

3.3 Metas
Chamar a atenção do Poder Público, de instituições organizadas da sociedade, em especial das IES de Santarém e da população em geral, para a importância de se estudar melhor a situação do Baixo rio Tapajós, no sentido de permitir ações, medidas corretivas e preventivas da degradação das águas e do meio ambiente. Despertar o interesse imediato de prefeitos, vereadores e pessoas em geral na prevenção, proteção e recuperação das águas doces superficiais e seu meio ambiente natural, inclusive da faixa ciliar de proteção permanente do entorno delas, para que mantenham ou recuperem o volume e a qualidade. Fortalecer a consciência ecológica individual de todos, buscando formar uma opinião pública contra a degradação e a poluição das águas doces superficiais. Encorajar práticas éticas e políticas públicas que melhorem a vida e a qualidade de vida das pessoas que habitam ou ocupam as margens dos cursos d’água, tomando em conta a necessidade de também melhorar a saúde dos corpos hídricos, buscando um desenvolvimento sustentável.

A viagem, de ida e volta da foz até as cachoeiras do Maranhãozinho, em São Luiz do Tapajós, teve a duração de quatro dias, sendo navegadas cerca de 550 milhas náuticas (mais de 1000km). Redigi uma reportagem sobra a viagem, publicada no Jornal das Águas [3], disponível nas bibliotecas das instituições de ensino de Santarém.

Apoiaram a realização da Expedição a Prefeitura Municipal de Santarém, a Capitania dos Portos, a Delegacia Fluvial de Santarém, o Jornal das Águas, o B/M Nheengatu, de Nelson Soares Wisnik e o Residencial Negócios Imobiliários Ltda.

Na foto, tirada em primeiro de novembro de 2005, a equipe da Expedição: da esquerda para a direita, o arrais Edson Azevedo de Jesus, o professor e comandante Nelson Wisnik, o B/M Nheengatu, as acadêmicas de biologia da UFPA Karla Katrine do Amaral Serique e Paula Regina da Silva Filha, os sargentos Romildo e Márcio da Delegacia Fluvia de Santarém, o acadêmico de biologia da FIT e servidor da FUNASA Joaquim Martins da Silva e, importantíssima, a cozinheira Maria Elenilza Figueiras.

Por trás da câmera fotográfica Carlos de Matos Bandeira e seu filho, o cinegrafista Carlos de Matos Bandeira Júnior. A foto foi tirada na praia de Muretá, imediatamente a montante de Alter do Chão onde, após os quatro dias de viagem, a equipe parou para um relaxante banho de rio.

[1] Jornal Gazeta de Santarém nº 816, de 20 a 21 out 2005, p.2.

[2] TRISCIUZZI NETO, Leonardo. Rios da Amazônia: coletânea de dados; pequeno roteiro, 3a edição. Niterói: DHN, 2001, p.120.

[3] Jornal das Águas, Ano VI, Número 22, Dez/05 a Fev/06, ISSN 1809-3329. - Veículo de Informação da Coordenação de Extensão do Centro Universitário Luterano de Santarém, especializado em recursos hídricos.

Foto: Carlos Bandeira, © FIES, 2005.

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