sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Água Solarizada

água solarizada sodis water
Microorganismos são sensíveis ao calor, é possível eliminar 99,9% deles aquecendo a água entre 50-60°C por cerca de uma hora. Assim são eliminados Enterovirus e Rotavírus, Coliformes fecais, Salmonela, Shigela, Vibrião da cólera, ovos de Ascaris, Tênias e Schistosomas, Giárdia, e outros.

Radiação ultravioleta (UV) também tem efeitos letais sobre vírus e bactérias por sua ação sobre as enzimas e o próprio DNA. Menos de 30W.h/m2 são suficientes para eliminar Coliformes e Streptococus fecais bem como Escherichia coli.

Quando submetidos simultaneamente ao calor e à radiação UV ocorre um efeito sinergético e a taxa de inativação aumenta substancialmente, como pode ser visto no gráfico abaixo, onde a primeira coluna é proporcional à mortalidade natural dos microorganismos, sem aplicação de calor ou radiação, a segunda coluna é proporcional à taxa de inativação dos microorganismos quando submetidos à radiação UV, mais a mortalidade natural, a terceira coluna é proporcional à taxa de inativação dos microorganismos quando submetidos ao calor, mais a mortalidade natural, e a quarta coluna é proporcional à taxa de inativação dos microorganismos quando submetidos simultaneamente à radiação UV e ao calor, bem superior à soma da mortalidade natural com os efeitos de inativação resultantes das aplicações isoladas de radiação UV e de calor, evidenciando o efeito sinergético.



Solarização da água é um método de tratamento pouco utilizado mas bastante antigo, que se utiliza do efeito sinergético da aplicação de radiação UV e calor para eliminar patógenos veiculados pela água. É ideal para a desinfecção de pequenas quantidades de água para consumo humano, o que o torna perfeitamente adequado para aplicação ao nível residencial. A solarização não altera quimicamente a água, nem seu odor ou sabor, pois o tratamento consiste apenas em deixar a água ao Sol.

A região amazônica é especialmente privilegiada para a solarização da água uma vez que as temperaturas são normalmente elevadas e a incidência de radiação UV é mais intensa por estar próxima ao equador.

A aplicação do tratamento é extremamente simples uma vez que basta expor água ao Sol, tomando-se alguns cuidados básicos. A água deve ser colocada em recipiente limpo e transparente à radiação UV, podendo ser de vidro ou mesmo saco ou garrafa de plástico. Entre os plásticos o PVC é inadequado por ter em sua composição maior quantidade de aditivos estabilizadores contra radiação UV, que a absorvem, sendo o PET mais adequado à solarização. Garrafas PET transparentes permitem a passagem de pouco mais de 70% da radiação UV contra quase 80% transmitidos pelo vidro incolor. A pequena vantagem da menor absorção da radiação UV pelo vidro não compensa suas desvantagens, relacionadas ao peso, custo e fragilidade, pois garrafas PET são virtualmente inquebráveis, leves, de baixo custo e também quimicamente estáveis.

A radiação UV também é absorvida pela água à medida que a atravessa, assim, se a água estiver turva, a absorção será muito grande e não haverá radiação suficiente para afetar os microorganismos. Para ser solarizada a água deve ser filtrada de modo a reduzir sua turbidez. Paralelamente, embalagens muito grandes devem ser evitadas, recomendando-se a utilização de garrafas de até dois litros. Um método prático de verificar se a água está ou não turva a ponto de prejudicar o processo de solarização consiste em olhar através da água na garrafa, da sua boca em direção ao fundo, observando se é possível distinguir uma símbolo qualquer com cerca de dois e meio centímetros de altura (pode ser uma letra, X, por exemplo).

Se a água a ser solarizada tiver ar dissolvido, e, consequentemente, o oxigênio nele contido, pela ação da radiação UV serão gerados peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e radicais livres de oxigênio, extremamente letais aos microorganismos. Uma prática recomendada é, ao preparar a solarização, colocar de dois terços da capacidade de água da garrafa e agitá-la vigorosamente por cerca de meio minuto, completando a garrafa em seguida.

Realizados estes procedimentos, basta submeter a água à radiação solar, durante um dia ensolarado ou dois dias nublados. Após esfriar a água está pronta para ser ingerida.

As pesquisas constataram que, mesmo vários dias após a solarização da água, não houve retorno dos microorganismos, bem como comprovaram a estabilidade química das garrafas PET após meses de utilização no processo. Ainda, a solarização da água pode resultar na redução de custos pois elimina a necessidade do consumo de algum tipo de combustível para ferver a água.

Os passos do método estão ilustrados na figura abaixo:
São exemplos de garrafas inadequadas para solarização as ilustradas na foto abaixo:
1.- garrafas em pé da esquerda para a direita: garrafa com pigmentação colorida; garrafa grande demais reduzindo o efeito da radiação ultravioleta; garrafa com aditivação anti-radiação (azulada); garrafa de vidro (peso, fragilidade);
2.- garrafa deitada: não é PET, aditivada anti-radiação;

Garrafas PET transparentes podem ser pintadas para maior absorção de radiação infravermelha atingindo temperaturas mais altas, como ilustradas abaixo, em pintura preta ou com sobreposição de pintura alumínio sobre a tinta preta;
O teste de turbidez é fácil de ser feito colocando-se a garrafa cheia com a água a ser solarizada sobre um sinal de fácil reconhecimento, se este sinal puder ser visualizado através da água olhando-se pelo gargalo em direção ao fundo da garrafa cheia então a água tem condições de ser solarizada, caso contrário está muito turva, conforme pode ser observado na foto que se segue:

Satisfeitas estas condições simples o resultado será água potável via solarização.

Parte deste texto foi publicada no "Jornal das Águas", veículo de informação da Coordenação de Extensão do Centro Universitário Luterano de Santarém, o qual tem por Editor Responsável o Prof. Mestre Miguel Borghezan




Para saber mais acesse:
Solar Desinfectionhttp://www.sodis.ch/

Água pode ser tratada com garrafa PET
Favaro, T.
Correio Popular
Campinas, SP

Inactivation of Fecal Bacteria in Drinking Water by Solar Heating
Joyce, T. M. et. al.
APPLIED AND ENVIRONMENTAL MICROBIOLOGY, Feb. 1996, p. 399–402

Desinfecção de Efluentes com Tratamento Terciário Utilizando Energia Solar (SODIS): Avaliação do Uso do Dispositivo para Concentração dos Raios Solares
Paterniani, J. E. S e Silva, M. J. M.
Engenharia Sanitária e Ambiental, V.10 N.1 Jan/Mar/2005, p. 9-13

Solar Desinfection of Drinking Water Contained in Transparent Plastic Bottles: Characterizing the Bacterial Inactivation Process
McGuigan, K. G. et. al.
Journal of Applied Microbiology V.84 1998, p. 1138-1148
Solar Water Desinfection: Scope of the Process and Analysis of Radiation ExperimentsWegelin, M. et. al.
Journal Water SRT-Aqua V.43 N.3 1994, p. 154-169

Inactivation of Fecal Bacteria in Drinking Water by Solar Heating
Joyce, T. M. et. al.
Applied and Environmental Microbiology V.62 N.2 Feb1996, p. 399-402

SODIS – An Emerging Water Treatment Process
Sommer, B. et. al.
Journal Water SRT-Aqua V.46 N.3 1997, p. 127-137

3 comentários:

DG - O Cib3r_Ativist@ disse...

kra....finalmente um artigo completo sobre o tema, parabens por isso e pelo blog tb...

vou postar no meu blog trechos do seu artigo citando a devida fonte, claro, espero que nao se importe!

obrigado...abraçao

YuriBSB disse...

OLa.
Um artigo muito bom, definitivamente.

Estudo soluções para saude, economia sustentavel, fome e agricultura - mas principalmente saude e nutrião. Vc teria mais artigos sobre o tema?


Conhece o MMS, dioxido de cloror ou o MMS2, hipoclorito de calcio... sendo usado na cura de malaria - e ate aids- dentro de 14 horas em média! Os resultados foram catalogados e documentados na AFRICA (malawi) e GUiana, logo aí perto da amazonia. O medico responsavel foi Jim Humble. tem um documentario europeu documentando as curs, sao impressionantemente rapidas.... O AGRAVAnte: por ser uma solução muito barata ,que todos poderão fazer em casa, a farmaceutica que finanaciava meteu o pé fora e impediu que ele lançasse o rpoduto nos EUA, motivo que o levou para a COSTA RICA,de donde divulga seu trabalho. Muitos medicos partidarios da alimentação viva - usada para curar qualquer doença cronica, autoimune, etc, desde 1920, incluindo o DIABETES., tambem moram la....COm spas higienistas.

Esse composto, MMS ou MMS 2, é ouro pois alem de tudo serve para quaisque rpatogenos, inclunindo gripe - rednendo melhor q a falacia das vacinas da grioe , que atgem um virus em mais de 60 tipos! O MMS1 alem de tudo é produzido pelas celulas de defesa. O MMS não é produzido pelas celulas de defesa, entao os medicos de mente aberta que aceitaram entender - pois a maioria não quer nem entender - sempre recomendam o MMS1 e o 2 so se não achar a formula para sua base: o clorito de sodio (que é diferente do cloreto de sodio, obviamente). Abraço,vlw

YuriBSB disse...

yuricastello@hotmail.com

MMS