sábado, 27 de dezembro de 2008

Canal do Sururú

rio Tapajós rio Amazonas enseada das araras furo do Jari Santarém prisma de náufrago
Clique na imagem para ampliar

A região amazônica, que abrange 60% do território brasileiro, tem uma população de aproximadamente 20 milhões de habitantes, 50% dos quais residindo em áreas rurais, ao longo dos cursos dos rios, paranás, furos, canais e lagos. Seu principal meio de locomoção, muitas vezes único, é através de embarcações.

A disponibilidade de documentação de navegação, cartas fluviais ou croquis, é muito pequena, restringindo-se aos rios e paranás com expressivo fluxo comercial, ligando os principais centros urbanos, basicamente as capitais dos estados, ou localidades de produção mineral (petróleo, bauxita, calcário) e hidrelétrica. Sinalizações náuticas para navegação e segurança estão instaladas apenas nos rios cartografados.

Diversos locais, pelo seu alto fluxo de embarcações de transporte de passageiros e/ou de carga, necessitam de sinalização de segurança ou de orientação, através de bóias ou balizas, em perigos isolados ou canais de acesso, ainda que não cartografados.

Cientes que o maior problema é o do custo de implantação e manutenção da sinalização, propusemos um acessório de baixo custo para sinal náutico, adequado para utilização por embarcações que não têm radar, e sim farol de luz, situação típica das embarcações da Amazônia.


Foi construído um “Refletor de Luz” composto de dois triedros refletivos com 50cm nas arestas ortogonais, fixados entre si, posicionados de maneira a cobrirem, ambos, o mesmo setor, de 90°, dobrando assim a potência refletida.



O “Refletor de Luz” foi instalado a 7m de altura em uma árvore na entrada Sul do Canal do Sururú, no Rio Tapajós, localizada nas coordenadas geográficas:

Lat S 02° 15’ 58,5”
Long W 54° 49’ 59,2”


O canal do Sururú é demandado por embarcações de pequeno e médio porte, no período da cheia, que saem de Santarém para localidades a montante do Rio Amazonas. O canal dá acesso ao Furo do Jari, o qual tem saída para o Rio Amazonas a montante de Carariacá, saída esta localizada nas coordenadas geográficas:

Lat S 02° 10’ 38,8”
Long W 54° 52’ 53,4”

A entrada Sul do Canal do Sururú está localizada na Enseada das Araras, de difícil visualização mesmo a pequena distância. Durante o dia é utilizada como referência, precariamente, a torre de telefonia da comunidade de Arapixuna, localizada nas coordenadas geográficas:

Lat S 02° 13' 35,2''
Long W 54° 50' 59,2''

Esta torre não possui iluminação, impossibilitando sua visualização noturna.

Coordenadas geográficas no Datum “Córrego Alegre – Minas Gerais”, obtidas nas cartas fluviais 4381A “Rio Tapajós – de Santarém a Surucuá” e 4103B “Rio Amazonas – da Costa do Ituqui à Ilha do Meio”, elaboradas pela DHN - Diretoria de Hidrografia e Navegação, Marinha do Brasil.


O “Refletor de Luz” apresentou boa visualização noturna à distância de 2,5 milhas náuticas, quando utilizado um farol de 100W a 5m de altura sobre a superfície da água, e comando a 4m de altura, em noite sem luar. A distâncias inferiores a 0,55 milha náutica o “Refletor de Luz” pode ser visualizado com uso de lanterna de mão. De maneira geral os faróis variam de 50W a 600W de potência.

O refletor e sua instalação foram custeados por 27 das embarcações que demandam o Canal do Sururú regular ou esporadicamente, listadas abaixo:

B/M Nheengatu,
B/M Nova Estrela IV,
B/M Fazenda São Manoel I,
B/M Pioneiro,
B/M Miranda Souza,
B/M Souza Pereira,
B/M Tamandaré,
B/M Primavera,
B/M Duarte,
B/M Ideal,
B/M 5 de Agosto,
B/M Viana Neto,
B/M Tangará,
B/M Ralisson,
B/M Amazonas,
B/M Zé Carlos,
B/M Apocalipse,
B/M Dona Zizi,
B/M Asa Branca,
B/M Antônio Juraci,
B/M Canindé,
B/M Jorge Olinto,
B/M Barão do Uruará,
B/M São Bartolomeu I,
B/M Capitão Porto,
B/M Antônio Ailson,
B/M Bonança

O “Refletor de Luz” pode ser instalado em balizas ou bóias, à semelhança do “Refletor Radar”, isoladamente ou em grupo dependendo do setor a ser abrangido e seu tamanho determinado dependendo da distância a partir da qual se necessita visualizá-lo. Ao “Refletor de Luz” podem ser incorporados filtros de cor para adequá-lo ao sinal náutico. É um equipamento passivo, não sendo necessário fornecimento de energia elétrica.

Fotos:

Embrapa - O Brasil Visto do Espaço, Foz do Rio Tapajós

© Nelson Wisnik, 2006 - refletor de luz e Canal do Sururú

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Santarém/PA terça-feira 23 de setembro

prenúncio da estação de tempestades, a qual deve se iniciar somente em novembro

Foto: © Nelson Wisnik, 2008

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Conforto Térmico

conforto térmico temperatura umidade Santarém


Muitas pessoas têm reclamado do calor reinante em Santarém neste verão. Isto reflete uma situação de desconforto em função das condições meteorológicas, associado principalmente à temperatura.

O conceito de conforto no ambiente é amplo e envolve os aspectos acústico, olfativo, tátil, visual, antropométrico e térmico. É um conceito subjetivo, pessoal.

Diversos fatores influenciam na sensação de conforto ou desconforto térmico, estando relacionado à atividade que se realiza no momento, ao tipo de roupa em uso, à temperatura e à umidade do ambiente, e à presença ou não de vento.

É muito difícil especificar condições ambientais que proporcionem conforto térmico a todos, mas há condições que o fazem à maioria das pessoas. Estas condições, de maneira simplificada, estão representadas no Diagrama do Conforto Humano aqui ilustrado, preparado pela WMO (World Meteorological Organization) e veiculado pelo INMET (Instituto Nacional de Meteorologia).

O diagrama apresenta, no eixo horizontal, escala de umidade relativa e, no eixo vertical, escala de temperatura. Subentendem-se como situações de possível conforto térmico aquelas compreendidas entre umidades relativas de 30% a 80% concomitantes com temperaturas entre 8ºC e 33ºC (área branca). Abaixo de 8ºC a sensação é de muito frio (área azul) enquanto que acima de 33ºC a sensação é de muito calor (área vermelha), paralelamente, abaixo de 30% de umidade a sensação é de muita secura (área amarela), enquanto que acima de 80% a sensação é de muita umidade (área verde).

Dentro da área de possível conforto térmico há duas faixas de temperatura que requerem condições extras para conforto (a depender da umidade relativa), quais sejam, abaixo de 20ºC, situação na qual se necessita de insolação, e acima de 26ºC, quando se necessita de ventilação para se ter sensação de conforto térmico.

Sobre o diagrama foram sobrepostas, em vermelho, as condições observadas diuturnamente em Santarém, sobre o Rio Tapajós, nesta primeira semana de setembro, condições nas quais se pode ter conforto térmico desde que com ventilação.

terça-feira, 22 de julho de 2008

momento mágico no rio Maró

a magia da Amazônia pode ser sentida, vivenciada, mas, captá-la e registrá-la como Celivaldo Carneiro o fez nesta foto, é para poucos

Foto: © Celivaldo Carneiro, 2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

chuvas voltaram ao normal em junho


A precipitação observada em junho em Santarém, após três meses acima da média, volta à normal*. No início do ano foram observadas oscilações acima e abaixo da normal e a partir de março a quantidade de chuva esteve acima da média histórica.

O gráfico mostra, através da faixa de cor azul, a normal climatológica de precipitação (chuva) em Santarém, enquanto a linha de cor laranja indica a precipitação mensal ocorrida em Santarém ao longo dos últimos doze meses, conforme dados do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.
.
Leia também postagens anteriores sobre as chuvas em Santarém:
"Precipitação em Santarém de junho/2007 a maio/2008", de 04/junho/2008;
"Anomalias de precipitação", de 12/abril/2008
.
* a normal climatológica de precipitação é definida como a média histórica da precipitação ocorrida em um período mínimo de 30 anos; o último período de cálculo, adotado prara determinação da normal, vai de 1961 a 1990.

domingo, 29 de junho de 2008

Centro Cultural João Fona

Centro Cultural João Fona, Santarém PA, inaugurado há 140 anos, já foi Intendência Municipal, presídio, Prefeitura e Fórum de Justiça


.........................................Vistas internas da antiga sala do júri
.
Para saber mais visite a página de Turismo do portal oficial de Santarém, indicado em "visite" na barra de menus deste blog
.
Fotos: © Nelson Wisnik, 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

minutos antes da tromba d'água

minutos antes da tromba d'água Santarém

esta foto foi tirada poucos minutos antes do aparecimento da tromba d'água


e a foto inserida (tomada com zoom) foi obtida logo após seu aparecimento;

a letra "Q" após a hora indica o Fuso Horário: o fuso de Brasília é "P", o antigo de Santarém era "Q", agora é "P" também;
.
a indicação do Fuso Horário permite traçar a cronologia do evento de maneira genérica
.
Fotos: © Nelson Wisnik, 2008

os 5min da tromba d'água


Clique na imagem para ampliar
.
sequência de imagens da tromba d'água vista da praia da Vera Paz;
as duas linhas verticais são referências de posicionamento das fotos, de maneira a fixar a imagem compensando o posicionamento da máquina fotográfica que varia a cada imagem, mehorando a visibilidade da movimentação da tromba d'água;

as fotos estão cronologicamente posicionadas de cima para baixo;
.

Fotos: © Nelson Wisnik, 2008

terça-feira, 17 de junho de 2008

se segura ...

tempestade ao pôr do Sol em Santarém
.
Foto: © Nelson Wisnik, 2008

descendo o Paruaçú

Descendo o Rio Paruaçú, conhecido como Rio Amazonas, algumas milhas a montante de Santarém
.
Foto: © Nelson Wisnik, 2008

terça-feira, 10 de junho de 2008

tromba d'água em Santarém


tromba d'água sobre a enseada da Salvação visto da praia da Vera Paz, em 10 de junho de 2008 às 10:04Q.

O fenômeno não é incomum na região, mas este aconteceu bem próximo à cidade, e foi amplamente registrado em fotos e videos.

Publicarei postagem mostrando uma sequência de fotos com uma em especial, tomada 5 (cinco) minutos antes da ocorrência.

.
Foto: © Nelson Wisnik, 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Precipitação em Santarém de junho/2007 a maio/2008


Neste ano as chuvas têm ocorrido com grandes variações em relação à media histórica, o gráfico mostra, através da faixa de cor azul, a normal climatológica de precipitação (chuva) em Santarém, enquanto a linha de cor laranja indica a precipitação mensal ocorrida em Santarém ao longo dos últimos doze meses, conforme dados do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia e do INPE -Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
.
Leia também postagem anterior sobre chuvas em Santarém:
"Anomalias de precipitação", de 12/abril/2008
.

terça-feira, 27 de maio de 2008

não digam que não foram avisados ...

Eu morava em São Paulo quando o Eng. Figueiredo Ferraz foi nomeado prefeito, cargo que exerceu de 1971 a 1973, numa curta e competente gestão interrompida ao dizer, de maneira visionária, “São Paulo precisa parar”, mas no sentido conotativo. Já enxergava os problemas que assolariam a metrópole no futuro. Parar de se agigantar, parar de contabilizar “progresso” através de qualquer aumento quantitativo sem levar em conta aspectos intangíveis da qualidade de vida.

Pois é, São Paulo está parando, mas no sentido denotativo.

O tempo passa e quase nada muda, o progresso é medido em números e não em atributos. A humanidade está quase atingindo as bordas de sua “placa de Petri”, o planeta Terra, e não resta muito tempo, se algum, para reverter o quadro.

Como disse Daniel Quinn no seu best seller ISMAEL, a humanidade pulou do décimo andar e, caindo, ao passar pelo primeiro andar diz: “até aqui tudo bem”.

domingo, 11 de maio de 2008

Terra Indígena "Raposa Serra do Sol"


Reproduzo abaixo a "Nota de Apoio" divulgada por diversas instituições da sociedade civil organizada relacionada à retirada dos invasores da Terra Indígena "Raposa Serra do Sol", exigindo o respeito ao Estado Democrático de Direito no Estado de Roraima.

Aqueles que quiserem aderir podem enviar mensagem para comunicacao@coiab.com.br com cópia para apoiorss@gmail.com.

"Nota de apoio

Em vista do debate que vem ocorrendo no STF e pela mídia acerca da demarcação e da desintrusão da Terra Indígena Raposa-Serra do Sol, em Roraima, os abaixo-assinados têm a declarar o seguinte:

1.- Desde a colônia, reconhecem-se os direitos dos índios sobre suas terras, direitos que figuram também em todas as Constituições Brasileiras desde 1934. Desde a colônia também, os interesses econômicos e a cobiça de territórios encontraram subterfúgios para eludir a aplicação dessas leis. É por causa dessa cobiça que as populações indígenas no Brasil mais numerosas se encontram para além da antiga fronteira econômica, tendo sido dizimadas nas regiões de antiga colonização. A Constituição de 1988 explicitou os direitos dos índios sobre suas terras e afirmou o caráter originário desses direitos. É inconcebível que neste novo milênio, se recorra outra vez a casuísmos para expulsar os índios das áreas que passaram a ser cobiçadas, repetindo assim práticas que deveriam nos envergonhar.

2.- A ocupação tradicional indígena sobre a extensão integral da Terra Indígena Raposa Serra do Sol é comprovada por copiosa documentação histórica e foi determinante para a definição da fronteira brasileira com a Guiana. Mais de 18 mil índios Macuxi, Wapixana, Ingarikó, Taurepang e Patamona vivem nessa área, organizados em mais de uma centena de comunidades, que praticam suas línguas e costumes.

3.- O processo de demarcação dessa terra se desenvolve desde o fim dos anos 1970. Foi identificada pela Funai em 1993, com a extensão atual, depois foi demarcada administrativa e fisicamente durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1998) e finalmente homologada pelo governo Lula em 2005, tendo sido rejeitadas todas as contestações apresentadas.

4.- A quase totalidade de não-índios que chegaram a ocupá-la de boa fé foi indenizada ou reassentada e a resistência à desintrusão da área se reduz a um pequeno grupo de arrozeiros, que se instalou ao sul da Terra Indígena no início dos anos 1990 e ampliou sua área de produção, mesmo sabendo tratar-se de terras de propriedade da União.

5.- Não existe nenhuma cidade instalada na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, mas apenas uma vila, com a quase totalidade da população atual sendo indígena. A Vila Surumu foi criada por fazendeiros que já saíram da Terra Indígena e falta apenas a Funai indenizar 11 moradores não-índios. A vila de Uiramutã, sede do município de mesmo nome, criado em 1995, foi excluída da Terra Indígena em 2005. A maior parte dos habitantes da sede deste município são moradores da aldeia indígena Uiramutã. Havia três bases de garimpo chamadas Socó, Mutum e Água Fria, as quais, com a retirada dos garimpeiros em 1994, passaram a ser reocupadas por indígenas. A Funai indenizou e retirou todos os não-índios e hoje essas localidades estão totalmente integradas às aldeias.

6.- As terras indígenas são bens de propriedade da União, indisponíveis e inalienáveis, e hoje prestam relevantes serviços ambientais ao País, ao proteger as florestas contra o avanço do desmatamento, que destrói as fontes de água, altera o regime de chuvas e elimina a biodiversidade.

7.- A Constituição preconiza a harmonia entre o pleno reconhecimento dos direitos indígenas e a presença do Estado nas Terras Indígenas, inclusive para a promoção da defesa nacional em áreas situadas em faixa de fronteira, que diz respeito à indispensável proteção do território e da própria população indígena. Hoje há bases militares em várias terras indígenas, inclusive em Raposa Serra do Sol, e parte significativa dos soldados é indígena.

8.- Raposa-Serra do Sol não é a única e nem a maior Terra Indígena situada em faixa de fronteira; a demarcação dessas terras contribuiu para a regularização fundiária, reduziu conflitos e não criou qualquer dificuldade para a atuação do Estado, e das Forças Armadas em particular, mesmo em regiões mais críticas, como a fronteira com a Colômbia.

9.- Nunca surgiu em nenhuma Terra Indígena qualquer movimento que atentasse contra a integridade do território nacional, nem qualquer ação insurgente contra o Estado brasileiro.

10.- A área de Raposa-Serra do Sol representa 7,7% do território de Roraima, sendo que uma parte com dupla destinação (área de conservação e terra indígena). O status de Terra Indígena reconhecido em 46,13% do território de Roraima tem razões históricas decorrentes da ocupação imemorial e não é discrepante da representação efetiva da população indígena no âmbito da população rural do estado.

11.- O processo de demarcação de uma Terra Indígena não cria nada, apenas reconhece e protege uma situação de fato, qual seja, a ocupação tradicional indígena de um território. Todos os povos indígenas que habitam os locais onde hoje se encontram as fronteiras brasileiras já estavam ali muito tempo antes delas serem politicamente estabelecidas.

12.- A existência de terras federais com destinações específicas (Terras Indígenas e Unidades de Conservação federais) em Roraima não impede a sua governabilidade e o exercício de direitos pelos demais segmentos da sociedade local sobre o seu território. Excluídas essas terras federais, Roraima ainda conserva extensão superior à do Estado de Pernambuco, onde vive uma população dez vezes maior.

Por tudo isto, os signatários esperam que o STF não tarde a se pronunciar sobre o caso, encerrando essa polêmica que prolonga conflitos desnecessários, reafirmando a plenitude dos direitos constitucionais indígenas e a sua harmonia com os interesses nacionais."


Assinam:

(Instituições)
ABA – Associação Brasileira de Antropologia
ABONG – Associação Brasileira de ONGs
Ação Educativa
AMIT - Associação Missão Tremembé
Apremavi – Associação de Preservação da Mata Atlântica e da Vida
Articulação de Mulheres Brasileiras
Associação Nossa Tribo
Associação Terra Laranjeiras
Centro de Cultura Luiz Freire
CEDEFES – Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva
CIMI – Conselho Indigenista Missionário
CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
COIAB – Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira
Combate ao Racismo Ambiental
Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia
Comissão Pró-Índio de São Paulo
Comitê pela Democratização da Informática do Pará
CONECTAS Direitos Humanos
Conservação Internacional
Credibilidade Ética
CTI – Centro de Trabalho Indigenista
Ecoa – Comissão Ecologia e Ação
Fala Preta – Organização de Mulheres Negras
FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
FDDI – Fórum de Defesa dos Direitos Indígenas
Fetopesca – Federação Tocantinense de Pescadores
Foca Brasil
FOIRN – Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro
Fórum Carajás
Fórum Nacional de Mulheres Negras
Fundação Oásis Cidade Aberta
FVA – Fundação Vitória Amazônica
Greenpeace
Greenpeace Brasil
GTA – Grupo de Trabalho Amazônico
HAY – Hutukara Associação Yanomami
IBASE – Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas
ICV – Instituto Centro de Vida
IEPÉ – Instituto de Pesquisa e formação em educação indígena
IIEB – Instituto Internacional de Educação do Brasil
Imaflora
IMAZON – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia
INESC – Instituto de Estudos Socioeconômicos
Instituto Ambiental Vidágua
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
Instituto Matogrossense de Direito e Educação Ambiental
IOS – Instituto Observatório Social
ISA – Instituto Socioambiental
Justiça Global
Kanindé
MNDH – Movimento Nacional de Direitos Humanos
MSM – Movimento dos Sem-Mídia
MST – MOVIMENTO SEM TERRA
NEMA – Núcleo de Estudos de Etnologia Indígena, Meio Ambiente e Populações Tradicionais da PUC-SP
OELA – Oficina Escola Lutherana da Amazônia
O Esplar – Centro de Pesqusia e Assessoria
Rede de Integração Verde
Rede Social de Justiça e Direitos Humanos
Saúde e Alegria
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
Terra de Direitos
Thydewas
Vitae Civilis
Web Rádio Brasil Indígena

(Pessoas)
Alexandre de Mattos Melo
Anápuáka Muniz Pataxó Hã-hã-hãe
Anna Penido
Aparecido Araújo Lima
Beatriz Carolina Gonçalves
Bruno Schultze
Débora Zanon
Fábio Augusto Nogueira Ribeiro
Fernanda de Andrade Santos
Fernando de Luiz Brito Vianna
Giovana Acácia Tempesta
José Carlos Santana
Magda von Brixen und Montzel
Maria Lucia Montes
Sergio Lisse
Vanderlei Gussonato
Walderez Nosé Hassenpflug
Nelson Soares Wisnik
.
Mapa: Geoprocessamento/ISA, 2005

sexta-feira, 2 de maio de 2008

"cabeça de vento"

Sistema convectivo avança sobre Santarém em 26 de janeiro de 2008.

Estes sistemas são chamados pelos barqueiros de "cabeças de vento", denominação alusiva à coluna de condensação formada pela ascenção e condensação de vapor d'água e pelos ventos que provoca quando há saturação e precipitação.

.
Foto: © Nelson Wisnik, 2008

sábado, 12 de abril de 2008

nível dos rios em Santarém


O nível dos rios em Santarém não depende das chuvas que aqui caem, mas sim das chuvas rio acima.

Os dados consolidados do trimestre Nov/Dez/2007-Jan/2008 do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia evidenciam grandes desvios de precipitação acima da normal climatológica em quase toda região amazônica, notadamente sobre os rios Solimões e seus afluentes da margem direita, rio Negro, rio Amazonas a montante de Santarém, rio Madeira, e nas cabeceiras dos rios Teles Pires e Juruena, formadores do rio Tapajós, acarretando a rápida e forte elevação do nível dos rios Amazonas e Tapajós observada na região de Santarém.

Durante o mês de fevereiro as chuvas foram praticamente normais ou abaixo da normalidade em toda Amazônia. Mais recentemente, em março, as chuvas foram acima da normalidade apenas na região leste do Estado do Amazonas e no próprio Estado do Pará.

Considerando a velocidade de escoamento das águas dos rios e as distâncias a serem percorridas, o excesso de chuvas terá se escoado neste mês de abril e, se não houverem maiores surpresas, arrisco dizer que o nível dos rios não ultrapassará o nível atingido em 2006, quiçá alcançá-lo.

anomalias de precipitação


Clima é a média do tempo (meteorológico, situação atmosférica) observado ao longo de um período de trinta anos.

As médias das diversas variáveis meteorológicas (por exemplos temperatura, pressão, umidade, insolação, intensidade e direção do vento, precipitação) são chamadas normais climatológicas. O período climático mais recente usado para estabelecer as normais climatológicas vai de 1961 a 1990.

Os desvios observados em relação às normais climatológicas são chamados anomalias.

O gráfico mostra, através da faixa de cor azul, a normal climatológica de precipitação (chuva) em Santarém, enquanto a linha de cor laranja indica a precipitação mensal ocorrida em Santarém ao longo dos últimos doze meses, conforme dados do INMET - Instituto Nacional de Meteorologia.

Pode-se observar que durante o ano passado o comportamento das chuvas foi razoavelmente normal, enquanto nos meses deste início de ano foi bastante anômalo, oscilando muito acima e pouco abaixo da normalidade.

sábado, 29 de março de 2008

Floresta em Pé

floresta em pé araucárias paraná derrubada trigo pinhão
Jorge Luiz Vivan relata em seu livro “Agricultura e Florestas” [1] que, quando os italianos chegaram ao sul do Brasil no final do século 19, derrubavam araucárias (Araucaria angustifolia) com mais de 45 metros de altura e 3 metros de diâmetro para plantarem trigo, cujas sementes haviam trazido da Itália, e era a cultura que conheciam. Numa área correspondente à copa de uma dessas árvores, cerca de 600 metros quadrados, colhiam 60kg de trigo, enquanto uma araucária podia produzir 300kg de pinhões. Não o teriam feito se conhecessem o potencial produtivo das araucárias, cujas florestas não se recuperaram desde então. É uma lição a ser aprendida. [2]
.
O Projeto "Floresta em Pé", lançado neste mês de março pelo IBAMA em Santarém, pode ser um passo muito importante no sentido da preservação das florestas. Compreende cooperação técnica entre os governos do Brasil e da França, e parcerias envolvendo empresas e comunidades no Estado do Pará, promovendo e apoiando iniciativas comunitárias de manejo sustentável da floresta amazônica. [3]
.
[1] Vivan, Jorge L.
“Agricultura e Florestas – Princípios de uma Interação Vital”
Guaíba, RS - 1998
Editora Agropecuária
.
[2] Não sendo anacrônico, na época não tinham conhecimentos, mas hoje temos, e persistir no erro do desmatamento puro e simples, é ignorância.
.
[3] Desde então o IBAMA foi dividido, criou-se o ICMBio, e mais recentemente (2018-19) a instituição perdeu recursos, o que dificulta a manutenção dos projetos.
.
Foto: © Nelson Wisnik, 2009
..........Araucária angustifolia plantada por mim em 1997 no Distrito de Barão Geraldo, Campinas SP, a partir de semente (pinhão) recolhido na Serra da Mantiqueira

quinta-feira, 27 de março de 2008

curto e grosso

"Os países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje se não tiverem à sua disposição os recursos naturais não renováveis do planeta. Terão que montar um sistema de pressões e constrangimentos garantidores da consecução de seus intentos"
.
Henry Kissinger, 1994
quando era Secretário de Estado dos Estados Unidos da América

quinta-feira, 20 de março de 2008

Brassavola martiana Lindl.

orquídea amazonia orchid amazon Brassavola martiana Lindl. Santarém lago Maicá

Inflorescência de orquídea Brassavola martiana Lindl. flagrada em igapó no Lago do Maicá em Santarém, PA.

A espécie foi descrita no documento Flora Brasiliensis, produzido entre 1840 e 1906 pelos editores Carl Friedrich Philipp von Martius, August Wilhelm Eichler e Ignatz Urban, com a participação de 65 especialistas de vários países. Contém tratamentos taxonômicos de 22.767 espécies, a maioria de angiospermas brasileiras, reunidos em 15 volumes, divididos em 40 partes, com um total de 10.367 páginas."


Família Orchidaceae
SubFamília Monandrae
Tribo Laellinae Pfitzer
SubTribo Cattleyeae Pfitzer
Gênero Brassavola R.Br.
Seção Sessililabia
Cogn. Brassavola martiana Lindl.
Vol. III, Part V, Fasc. 123 Colunas 261 - 262 Prancha 61
01 de junho de 1898

O documento está disponibilizado na internet, podendo ser acessado ativando o endereço correspondente na coluna "Visite" ao lado.

Foto: © Nelson Wisnik, 2008
Prancha: Flora Brasiliensis

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Unidades de Conservação

unidades de conservação na amazonia extrativismo floresta nacional Flona Arapiuns Tapajós
No Estado do Pará há diversas Unidades de Conservação, às margens do rio Tapajós próximas a Santarém estão a Floresta Nacional do Tapajós e a Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns.

Uma Floresta Nacional (FLONA) é uma unidade de conservação voltada principalmente à problemática ambiental, "uma área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas".

A FLONA Tapajós está situada nos municípios de Santarém e Belterra, à margem direita do rio Tapajós, limitada a leste pela rodovia BR-163 Cuiabá-Santarém, ao sul pelo rio Cupari e ao norte faz fronteira com a área rural de Belterra. Para maiores informações sobre as atividades e projetos desenvolvidos na FLONA Tapajós visite o site indicado neste blog.

Uma Reserva Extrativista (RESEX) está relacionada a uma área onde as questões ambientais e sociais são indissolúveis, "é uma área utilizada por populações locais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte, e tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações, e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais da unidade".

A RESEX Tapajós-Arapiuns, como o nome indica, tem como fronteiras e acessos principais os rios Tapajós a leste e Arapiuns ao norte. Para maiores informações sobre a RESEX Tapajós-Arapiuns visite o site indicado neste blog.

Outros tipos de Unidades de Conservação são as Áreas de Preservação Ambiental, de Relevante Interesse Ecológico, Estações Ecológicas, Parques Nacionais, Refúgios de Vida Silvestre, Reservas de Desenvolvimento Sustentável, de Fauna, Particular de Patrimônio Natural, Biológicas e Ecológicas.

Quem tiver interesse em saber mais a respeito de Unidades (ou Áreas) de Conservação pode acessar o endereço:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Área_de_conservação

domingo, 24 de fevereiro de 2008

"Tupi or not Tupi" (*)

lingua Nheengatu tupi guarani lingua geral amazonia lingua portuguesa santarém barco
Em geral as pessoas que viajam conosco no barco Nheengatu têm curiosidade sobre a origem deste nome.

Nheengatu é a língua geral, falada no Brasil até aproximadamente 1758. Faça as contas, de 1500 a 1758 anos são 258 anos, e de 1758 a 2008 são 250 anos, portanto falamos durante mais tempo Nheengatu do que estamos falando Português! Falamos uma língua tão embebida de NheengatuPortuguês que já a chamam de Brasileiro(a).

Nheen significa fala, e gatu significa boa, ou seja, língua fácil de ser entendida (pelos Tupis, é claro).

"A palavra Tupi significa o grande pai ou líder. Ora, os Tupis se achavam o máximo tanto que chamavam a si mesmos de tupis. Já Guarani significa guerreiro." (**)

Morumbi, por exemplo, significa mosca verde, varejeira.

O uso do Nheengatu foi proibido através de decreto do Marquês de Pombal, Ministro Plenipotenciário de Portugal, sendo instituído o Português como língua oficial. Teve seus motivos.

Segundo uma das versões havia sido descoberto ouro em Minas Gerais, sendo então enviados os coletores de tributos (20%, um quinto da produção, o quinto dos infernos), que não sabiam falar o Nheengatu. Como identificar se estavam sendo ludibriados? Falando a mesma língua. Assim, nada mais natural então que fazer com que todos falassem a língua dos coletores.

Outra relata que o decreto visou reduzir o poder dos Jesuítas, que a falavam fluentemente e tinham grande influência na colônia. Acabaram por serem expulsos do Brasil, com a distribuição de suas posses (que não eram poucas, incluindo índias cativas) entre os puxa-sacos de plantão (que já existiam desde tempos imemoriais e sobreviverão à própria espécie humana).

Em uma terceira versão, defendida pelo historiador Evaristo Miranda em seu livro "Quando o Amazonas Corria para o Pacífico - Uma História Desconhecida da Amazônia", instituir a língua portuguesa em lugar da brasílica (como é chamada pelos acadêmicos a língua Nheengatu) fez parte de uma estratégia mais ampla que culminou com a anexação da Amazônia ao império português, embora situada a oeste da linha de Tordesilhas. Mas esta história será contada em outra postagem.

________________________________________________
Uma estória indígena:

"Era uma vez um macaquinho guloso que soube que haviam frutas numa certa cumbuca feita de uma árvore chamada sapucaia. Introduziu a mão no recipiente. Ao tentar tirá-la, a mão ficou presa. Assustado, o bichinho disparou-se aos pulos pela floresta arrastando a sapucaia e gritando desesperadamente: Ai! Ai! Ai! Cuimbisca hu pscá se pú! Ai! Ai! Ai! Cuimbusca hu pscá se pú! (Ai! Ai! Ai! Cumbuca pegou minha mão).

Os macacos se assustaram e foram ajudar o macaquinho em apuros. Seguraram o filhote e chamaram o macaco mais velho para aconselhar como retirar a mão do macaquinho da cumbuca. O velho examinou a cumbuca, pegou uma pedra e, em repetidos golpes, quebrou a cumbuca, libertando a mão do macaquinho travesso.

Recuperado do susto, o filhote perguntou ao macaco velho: Macaca tamuia taá inti ana cuimbisca hu pscá ana i pú? (Vovô, cumbuca já pegou sua mão?) Respondeu o macacão: Macaca tuiué inti hu mundéo i pú cuimbisca o pé (Macaco velho não mete mão em cumbuca).


cuimbusca / cuimbisca "cumbuca" — kuî-(?) "cuia (...?)"
hu sufixo verbal de 3ª pessoa — o-
pscá "pegar" — pysyk
se "meu" — xe
pú "mão" — pó
macaca "macaco" — do português
tamuia "avô" — tamy-îa "avô", "antepassado"
taá partícula interrogativa — (?)
inti "não" — talvez de ndi týbi "não há"
ana partícula indicativa de passado — (?)
i "seu" — i "seu" ("dele")
tuiué "velho" — tuîba'e
mundéo "meter" — mondeb
o pé "dentro de" — pupé (upé em algumas línguas tupi-guarani)
Fonte:
http://tupi.wikispaces.com/YRL+-+textos+-+Macaco+velho+não+mete+mão+em+cumbuca

acesso em em 28 de dezembro de 2007

________________________________________________

(*) Oswald de Andrade
(**) Ozias Alves
Jr