Duas palmeiras, muito parecidas, distinguíveis apenas através de detalhada análise taxonômica, estão sujeitas a intervenções diferenciadas devido às culturas das regiões nas quais proliferam.
Na Mata Atlântica proliferava a Euterpe edulis, conhecida como palmeira Jussara, de onde é extraído o palmito, atividade predatória que a levou à beira da extinção, que só recentemente tem seu quadro aparentemente sendo revertido.
Na Amazônia prolifera a Euterpe oleracea, conhecida como açaí, de cujo fruto é extraído nutritivo ingrediente da culinária regional.
Na costa atlântica, região "civilizada e desenvolvida", não se soube fazer uso de um importante recurso florestal de maneira sustentável, enquanto que os povos da floresta o fizeram.
Este é apenas um exemplo dentre várias atividades que nos fazem perguntar: quem tem a ensinar?
Leia também a postagem "Floresta em Pé", de 29 de março de 2008, neste mesmo blog.
Foto: © Nelson Wisnik, 2009 - muda de palmeira Jussara, Euterpe edulis, cedida para replantio pela Prefeitura Municipal de São Vicente
2 comentários:
Pois é, professor, é uma pergunta essencial. Contaram-me, há alguns anos, que diante de um projeto de agricultura por andares, com modelos preconcebidos por agrônomos, agricultores experimentaram-nos e remodelaram-nos, adaptando novas espécies ao projeto. Aparentemente, o que podia parecer natural, para mim é sempre uma mostra de que a experiência é tão ou mais importante que o planejamento técnico. Agora o senhor imagina quando não há planejamento algum, apenas a infeliz ideia de que "não acaba".
Desculpe-me pela invasão, mas é que sua pergunta me fez lembrar aquela história ouvida há mais de 10 anos.
Nice, nice blog!!
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